Coluna Empreender

Vestido verde da Esperança – Coluna Empreender com Aimeé Resende

Hoje, eu só queria gritar, caro leitor. Queria jogar tudo pra cima, queimar papéis, não falar com ninguém, desligar o celular, sair correndo por aí… Buscar algum lugar que vendesse sorvete de jaboticaba e ficar ali, com um litro de sorvete de jaboticaba, sem pensar em mais nada.

Será que isso tem a ver com o sentido da felicidade?

Enquanto pensava a minha fuga gélida em sorvetes jabuticabais, olhava para qual vestido usaria hoje em uma reunião que renderia o dia todo, que eu teria que pensar em como vender o meu projeto e ver como mostrar esse meu trabalho em um tempo que poderia nao dar tempo, era só uma reuniao de alinhamento de equipe em uma empresa onde eu estava somente de visitante, queria conhecer o lugar e não negara um convite para conhecer uma empresa.

Não minto o que janeiro me trouxe: muitas pausas de contratos, muitos clientes de férias e preocupações que todo empresário luta para nao pensar, já coloca a mão na massa para dar continuidade às coisas.. “Verde”, pensei,- “Verde, a cor da esperança”.

O calor do Verão dentro de um carro sem ar condicionado, quase duas horas de estrada, uma reunião sem pauta (eu sei que muita gente se arrepiou só de pensar em um reunião sem direcionamento), um monte de mensagem desesperadora de cliente e sem poder responder direito, esperando uma brecha pra poder falar de forma clara e precisa cada um deles… Cheiro de manga! Pensei comigo depois que vi alguém catando a fruta no pé”… Época de manga! Saí da reuniao olhando para a árvore lá longe.

Foi aí que eu pude respirar… Parei, olhei as coisas, olhei ao redor, olhei para os meus papéis e perguntei a necessidade daquilo tudo.

Aquele sentimento de agonia voltava. E nada das outras reuniões terminarem para todos partirem.

Senti que algo precisava mudar. Às vezes eu não sei diferenciar a ansiedade da intuição. As mangas não me tiraram o foco à toa, logo pensei. Fui focando, voltando à tona o que naquele momento parecia um caos definitivo em “o que vou fazer” para “há de ter uma luz no final do tunel”… Chamaram-me, entrei na sala, disseram que pecisavam da minha ajuda, queriam novas propostas visuais, novas perspectivas.

Olhei para a caneta, sorri. Parecia que tinha visto um sorvete de jaboticaba na minha frente. Não pelo simples fato de terem me chamado e pedirem um orçamento meu, era porque me possibilitaram mostrar o que eu mais amo fazer, que é ajudar a criar possibilidades, usando a criatividade.

O diretor do lugar olhou para o papel que escrevi e disse: Você está de verde porque é a cor da esperança?

Prontamente sorri e disse: Foi o que eu pensei quando escolhi esse vestido, e todos sorriram, porque assim como eu, todos estavam exaustos aesperança estampava na cara deles também.

Moral da História: A felicidade está no que a gente sente e busca, mesmo que gente nao entenda, talvez não é para entender, mas para aprender a sentir. E eu acho que é assim que vem a felicidade.ccr

 

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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