Tempestades inusitadas: Planaltina registra chuvas e alagamentos
Tempestade deixa ao menos 120 pessoas desalojadas após casas serem invadidas pela água, em Planaltina

Moradores de Planaltina enfrentaram uma manhã atípica nesta terça-feira, com tempestades que causaram alagamentos em várias regiões do Distrito Federal. Nas últimas 24 horas, a estação meteorológica de Águas Emendadas registrou 137,4 mm de chuva, quase metade do total esperado para todo o mês de janeiro, que é de 206 mm. Para os especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essa quantidade “não é comum” para um período tão curto.
Até o momento, o volume de chuvas em Planaltina já ultrapassou em 56% o esperado para o mês, totalizando 322 mm. O meteorologista Olívio Bahia, do Inmet, explica que a distribuição das chuvas pode variar significativamente entre as regiões administrativas, o que ajuda a entender a discrepância nos números. Enquanto isso, no Plano Piloto, a precipitação foi bem menor, com apenas 31 mm registrados.
As previsões indicam que as chuvas devem continuar nos próximos dias, trazendo nebulosidade e temperaturas mais amenas. O Distrito Federal está sob alerta laranja para chuvas intensas, com possibilidade de precipitações que podem chegar a 100 mm e ventos de até 100 km/h. A umidade relativa do ar deve oscilar entre 95% e 70%, com temperaturas variando entre 18ºC e 23ºC.
Diante das condições adversas, a Defesa Civil do Distrito Federal orienta a população a tomar cuidados especiais. É recomendado evitar o uso de equipamentos elétricos durante as tempestades, não tomar banho e evitar telefonemas que exijam conexão à rede elétrica. Além disso, é prudente não se expor à chuva, não procurar abrigo embaixo de árvores e buscar refúgio dentro de veículos, que são considerados locais seguros.
A tempestade deixou pelo menos 120 pessoas desalojadas depois que casas foram invadidas pela água, em Planaltina, segundo o Corpo de Bombeiros. Aproximadamente 30 casas ficaram alagadas no Setor Oeste, informou a comandante dos bombeiros do município, Major Gyovana da Cruz, que está atuando no local.
A prefeitura informou que o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Secretaria de Desenvolvimento Social e outros órgãos municipais e estaduais “estão mobilizados para atender as ocorrências, prestar apoio às famílias afetadas e executar medidas emergenciais”. Além disso, dizem que os danos estão sendo avaliados para implementar ações de contenção e prevenção de novos alagamentos.
De acordo com a major, essas pessoas afetadas estão sendo inscritas no ‘cadastro de áreas de risco’, com o objetivo de mapear e identificar quantas pessoas foram atingidas.
Ainda não há previsão de retorno das famílias para casa ou de recuperação do local, pontuou a major. Gyovana ainda afirma que algumas residências estão comprometidas, com rachaduras e o solo cedendo. Nenhuma casa foi interditada até a tarde desta quarta-feira.
A recomendação é que as pessoas não retornem para essas casas, mas a major disse que parte do grupo decidiu permanecer. Ela também informou que a prefeitura disponibilizou um alojamento para as famílias afetadas, mas até o momento estão ficando em casa de parentes.
Para os motoristas, a orientação é redobrar a atenção, reduzir a velocidade e manter uma distância segura dos outros veículos. Checar o funcionamento do limpador de para-brisa e garantir que os pneus estejam em bom estado são medidas essenciais para enfrentar as condições de baixa visibilidade.
Os cidadãos que desejam receber alertas sobre as condições meteorológicas podem enviar seu CEP por SMS para o número 40199 e ficar informados sobre as previsões.
Este evento climático inesperado deixa moradores apreensivos, mas a recomendação das autoridades é que todos tomem as devidas precauções para garantir a segurança de todos durante este período crítico.