Coluna Um Respiro no Olhar

Sofre Flores

Coluna Um Respiro no Olhar com Binho Perinotto

Um poeta sofre…
Não há palavras, em quantidade qualquer,
suficientes para medir o seu sofrer.
Mas vou resumir metaforicamente,
ou discursar em versos?

-Afinal, poeta, sofres de que?
O poeta reflete:
-“Tudo”?

As flores que já não nascem mais me fazem sofrer.
E das que supostamente vivem…:
As flores que são pisadas me fazem sofrer
(e mesmo que sem querer)
As flores arrancadas me fazem sofrer
(e pétala por pétala ou um talo todo de vez)
As flores geneticamente modificadas me fazem sofrer
(e outras cientificidades artificializadas não artísticas também)
As flores para as namoradas me fazem sofrer
(e os clichês novelísticos de relacionamentos também)
As flores para o velório me fazem sofrer
(e a morte num geral já não tem mais me feito sofrer tanto)
As flores das monoculturas me fazem sofrer
(e outras culturas monos também)
As flores vendidas me fazem sofrer
(e as pessoas vendidas também)
As flores de plástico me fazem sofrer
(e todos os outros plásticos também)

As flores me fazem sofrer.
E os seus, e os meus, espinhos também.

Fábio Riani Costa Perinotto, ou o Binho.
Poeta desde criança: tinha 10 anos na primeira poesia que se tem registro. Poemas em saraus, em alguns livros, e na internet. É Meditador. Pedagogo. Há mais de 20 anos sua carreira é de articulador, produtor e gestor cultural – trabalha com gestão de políticas públicas desde o início dos Pontos de Cultura e Sistema Nacional de Cultura. É um Tuxaua Cultura Viva. Um Ser sendo e que faz Poesia no dia-a-dia quase sem querer, mas quer.
binho.rc.perinotto@gmail.com
https://www.instagram.com/binho.riani.perinotto/

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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