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Riqueza e Desigualdade: Os 42 candidatos a prefeituras da Região Metropolitana do DF e os desafios das cidades carentes

 

 

A corrida eleitoral para as prefeituras das 11 cidades que compõem a Região Metropolitana do Distrito Federal em 2025 começou com números que chamam a atenção e levantam questões sobre desigualdade social. Um levantamento realizado, com base nas declarações patrimoniais enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que os 42 candidatos ao cargo máximo municipal somam quase R$ 31,5 milhões em bens.

 

Os dados mostram que 26,19% dos postulantes (11) possuem uma fortuna superior a R$ 1 milhão. Essa estatística, que poderia ser esperada em capitais mais ricas, é alarmante em uma das regiões mais carentes do país, onde muitos moradores enfrentam dificuldades para garantir o básico do dia a dia.

 

Em contraponto à riqueza de alguns candidatos, 33,33% dos concorrentes (nove) declararam bens com valores de até R$ 200 mil, enquanto cinco candidatos não apresentaram qualquer declaração patrimonial.

 

A discrepância é evidente quando olhamos para os dois concorrentes mais ricos da região, ambos de Santo Antônio do Descoberto. Um deles, uma candidata, declarou bens avaliados em impressionantes R$ 4.295.550. Por outro lado, o candidato que apresentou a menor declaração vive em Luziânia e informou possuir apenas R$ 5.000.

 

A situação levanta um debate importante sobre a representatividade e a capacidade de conexão desses candidatos com a realidade dos cidadãos que prometem governar. Como é possível que aqueles que almejam liderar comunidades com altos índices de pobreza e vulnerabilidade social tenham, em muitos casos, patrimônios que distanciam-se da realidade local?

 

Os dados também indicam que entre os que não declararam nenhum patrimônio estão moradores de Santo Antônio do Descoberto, Planaltina de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Novo Gama e Padre Bernardo, localidades onde a pobreza e a necessidade de políticas públicas efetivas são latentes.

 

Neste cenário, a população se pergunta: como esses candidatos, muitos dos quais possuem fortunas, compreenderão e trabalharão para solucionar os problemas que afligem os moradores da região? Será que os altos valores declarados podem interferir na capacidade de empatia e na formulação de propostas honestas e eficazes?

 

A eleição está se aproximando, e a esperança é que o debate, além de pautar projetos concretos, esteja centrado na construção de uma cidade mais justa e igualitária. A riqueza de alguns não deve ser um fator de desconexão com a realidade da maioria que anseia por mudanças significativas.

 

À medida que fevereiro de 2025 se aproxima, a sociedade civil deve permanecer atenta e engajada, exigindo candidatos que, além do poder financeiro, possuam compromisso social e interesse genuíno em transformar a realidade das cidades da Região Metropolitana do DF em um lugar melhor para todos os seus habitantes.

 

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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