GoiásPolítica

Projeto de Lei estabelece campanha de prevenção ao suicídio

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio representa uma a cada 100 mortes no mundo

O deputado Anderson Teodoro (Avante) apresentou, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o projeto de lei nº 3448/24, para criar a campanha de prevenção ao suicídio, denominada “Setembro Amarelo”, a ser realizada anualmente no dia 10 de setembro.

De acordo com a matéria, a campanha tem como finalidade, entre outros pontos, promover palestras e seminários, especialmente na semana que compreenda o dia 10 de setembro, para orientar e alertar a população sobre como reconhecer possíveis suicidas, bem como palestras direcionadas aos profissionais de saúde para qualificá-los na identificação de pacientes que se enquadrem nesse perfil.

Também é propósito da campanha ampliar a divulgação e exposição do tema, por meio da afixação de cartazes com a descrição de eventuais sintomas de comportamento de índole suicida, alertando para a necessidade de reconhecimento e intervenção precoce.

A ação se completaria com a implantação de canais de atendimento pessoal aos indivíduos em risco ou aqueles que demonstrem sintomas que possam acarretar a tentativa de suicídio, direcionando atividades e ações de apoio para o público-alvo da campanha.

Além disso, o projeto prevê que poderão ser firmados convênios e parcerias com órgãos públicos, instituições privadas e organizações não-governamentais.

Segundo o texto, durante a campanha, poderão ser realizados fóruns de debates, palestras, seminários, divulgação de material informativo impresso ou audiovisual, entre outras ações de conscientização em espaços públicos, promovendo a interdisciplinaridade entre os profissionais que irão atuar na abordagem do público-alvo da campanha, as instituições públicas e privadas e a população de modo geral.

Anderson Teodoro escreve no projeto que o suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, de acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que de HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes, o que levou a OMS a produzir novas orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendimento”, apontou o parlamentar.

O legislador propõe, ainda, que é importante ressaltar que o assunto é questão de saúde pública e que sempre foi cercado de preconceito e mitos, principalmente no Brasil. “Em razão disso, a população, na maioria das vezes, não acredita e/ou não sabe acolher ou indicar o tratamento adequado quando a pessoa manifesta ideação suicida.”

A matéria será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, onde será distribuída para a relatoria parlamentar.

Desafio de Saúde pública

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio representa uma a cada 100 mortes no mundo, tornando-se a principal causa de morte em 2019. No Brasil, encontra-se diante de um problema de saúde pública que exige atenção dos governos e conscientização da sociedade.

Ao analisar os números mais recentes sobre o suicídio no Brasil em 2022, registrou-se 16.262 casos, resultando em 8 suicídios por 100 mil habitantes, representando um aumento de 11,8% em relação a 2021, quando foram registrados 7,2 homicídios por 100 mil habitantes.

Preocupa o fato de que os índices de suicídio têm seguido uma tendência de crescimento desde 2010, com um aumento de 43%, passando de 9.454 casos de suicídio para 13.523 de 2010 a 2019.

O Brasil ocupa o 8º lugar entre os países com os maiores índices de suicídio, segundo a OMS. Esse aumento é mais observado nas Américas, enquanto globalmente as taxas de suicídio tiveram uma redução de 36% entre 2000 e 2019.

A taxa de morte por suicídio é maior entre homens (10,7 por 100 mil) do que entre mulheres (2,9 por 100 mil). Entre 2009 e 2018, observou-se um aumento de 45,7% nos índices de suicídio entre mulheres e 33% entre homens.
Os determinantes sociais de mortes por suicídio incluem o uso de álcool, outras substâncias e homicídios.

 

Reportagem – Larissa Nunes

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo