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Formosa e Cristalina entram em Plano de conservação de espécies ameaçadas de extinção

Ações vão envolver municípios goianos e mineiros na defesa de peixes, plantas e bichos.

Os governos de Goiás e de Minas Gerais lançaram um Plano de Ação Territorial (PAT) que visa conservar nove espécies ameaçadas de extinção e que foram registradas, em algum momento, nesses dois estados. São três tipos de peixe, quatro espécies de planta, um invertebrado e um mamífero. As ações ocorrerão em 18 municípios goianos e 15 mineiros.

Cristalina e Fomosa, no entorno goiano do DF,  abrigam espécies animais e vegetais no plano de conservação.

Caramujo-de-água-doce pequeno e registrado na lagoa da Pedra, em Formosa. (Foto: Maria Cristina Dreher Mansur)

A coordenação caberá ao órgão ambiental de cada estado. No caso de Goiás, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

As espécies-alvo da flora são: Diplusodon panniculatus Koenhe (um subarbusto de ocorrência rara, restrita ao município de Cristalina), Diplusodon retroimbricatus Koenhe (um subarbusto que ocorre em Formosa e que está se tornando raro em razão da expansão da área ocupada), Eriope crassipes subsp. cristalinae Harley (subespécie que também ocorre em Cristalina) e Jacaranda intricata (uma espécie arbustiva endêmica em Goiás que inspira investimentos em pesquisa e esforços de coleta).

Os tipos de peixes escolhidos como alvo são Hypsolebias virgulatus (que tem uma única localidade-tipo conhecida, uma poça temporária no município mineiro de Unaí), Hypsolebias stellatus (cuja ocorrência é registrada em apenas oito poças temporárias, duas delas no município mineiro de São Francisco), e Simpsonichthys zonatus (que ocorre em poças do rio Urucuia, na bacia do São Francisco).

O invertebrado eleito como espécie-alvo do PAT é o Plesiophysa dolichomastix (caramujo-de-água-doce pequeno e registrado na lagoa da Pedra, em Formosa) e o mamífero é o Juscelinomys candango (conhecido como rato-candango, um pequeno roedor de pelagem-castanho-alaranjado no dorso, tracejado de preto). Não é encontrado desde 1960 e seu último registro foi na Fundação Zoobotânica de Brasília.

O PAT elenca 25 ações, organizadas em três grupos de objetivos específicos. Entre as ações, estão mapear remanescentes de vegetação nativa no território, mapear áreas de provável ocorrência de espécies de rivulídeos e moluscos, coletar germoplasma, estudar variabilidade genética de três espécies-alvo, elaborar a lista de espécies ameaçadas de extinção em Goiás e Minas, estimular a criação de unidades de conservação municipais, retificar o CAR das propriedades no território e potencializar projetos de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA).

Homenagem

O PAT recebeu o nome de Veredas Goyaz-Geraes inspirado no livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. As veredas, além de serem uma fitofisionomia caracterizada por ser alagada e apresentar palmeiras do buriti, também são descritas como caminhos estreitos e sinuosos que passam por terras baixas (como o Cerrado brasileiro).

Fontes:  Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Secretaria do Entorno do DF de Goiás

Foto da capa:  Eriope crassipes  (subespécie que também ocorre em Cristalina) / Mauricio Mercadante

 

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