Obesidade infantil preocupa nutricionistas e outros profissionais da Saúde de Goiás

Karina Bueno

De acordo com a pesquisa divulgada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), com base no relatório do Ranking dos Estados, Goiás ocupa a nona colocação entre os estados brasileiros com os menores índices de obesidade infantil.
A pesquisa relata o percentual de crianças de 0 a 5 anos com obesidade. Cabe reforçar que crianças de 0 a 5 anos incompletos são classificadas com “obesidade” quando apresentam um percentil (P) maior que 99,9 na relação do índice de massa corporal (peso/estatura) para idade.

Combate
O combate à obesidade infantil é um desafio complexo dos estados e municípios e que deve ser realizado em conjunto entre secretarias de saúde, educação e assistência social. Afinal, a obesidade na primeira infância pode ocasionar uma série de problemas físicos como: doenças cardiovasculares: aumento da pressão arterial e do colesterol, mesmo em crianças pequenas; diabetes tipo 2: maior risco de desenvolver resistência à insulina e diabetes precoce; problemas respiratórios: como apneia do sono e asma; doenças ortopédicas: sobrecarga nas articulações, levando a dores nos joelhos, tornozelos e coluna e distúrbios gastrointestinais: como refluxo e problemas hepáticos, incluindo esteatose hepática (gordura no fígado).

Infantojuvenil
Os problemas emocionais à criança durante a infância e adolescência como também são comuns. A pesquisa revela baixa autoestima e depressão, devido a bullying, estigmatização e dificuldades de aceitação social e transtorno alimentares, tais como compulsão alimentar, anorexia ou bulimia, muitas vezes relacionados à imagem corporal negativa.
Ou seja, o combate à obesidade infantil é essencial não apenas para o bem-estar imediato da criança, mas também para prevenir complicações graves na vida adulta.

Goiás
Para enfrentar o desafio da obesidade infantil, o estado de Goiás implementa diversas iniciativas focadas na promoção da saúde e prevenção da obesidade desde os primeiros anos de vida. Mantém o Programa Saúde na Escola (PSE), embora o PSE atenda principalmente estudantes da educação básica. As ações de promoção da alimentação saudável e prevenção da obesidade podem beneficiar crianças na educação infantil, incluindo aquelas até 5 anos.
O programa oferecido gratuitamente realiza atividades de Promoção da Alimentação Saudável – Incentivando o consumo de alimentos nutritivos e a conscientização sobre hábitos alimentares adequados, de Práticas Corporais e Atividade Física: Estimula a realização de atividades físicas regulares adaptadas à faixa etária das crianças.
Essas ações são desenvolvidas em parceria entre as secretarias de saúde e educação dos municípios goianos.

Prevenção
Outra ação é a Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA). Implementada em municípios de Goiás, o PROTEJA visa deter o avanço da obesidade infantil por meio de ações intersetoriais que promovem ambientes saudáveis e incentivam práticas alimentares adequadas desde a primeira infância.
Além das iniciativas governamentais, é fundamental que pais e responsáveis adotem medidas em casa para prevenir a obesidade infantil oferecendo alimentação balanceada, estimulando atividade física; limitando o tempo de tela e sendo exemplo positivo adotando hábitos saudáveis em família para que a criança os tome como referência.

Brasil
A obesidade infantil no Brasil é uma preocupação crescente, especialmente entre crianças de 0 a 5 anos. Dados de 2022 indicam que 14,2% das crianças brasileiras nessa faixa etária estavam com excesso de peso, uma taxa significativamente superior à média global de 5,6%.
Estudos também revelam diferenças de gênero na prevalência da obesidade infantil. Por exemplo, uma pesquisa apontou que, entre crianças de 5 a 10 anos, a obesidade foi mais prevalente em meninos (13,8%) do que em meninas (11,2%).