
Karina Bueno
O potencial produtivo do Distrito do Jardim do Ingá e o sistema de irrigação que tem transformado a agricultura da região foi o objetivo principal da visita do ministro da Agricultura da Índia, Shri Shivraj Singh Chouhan, acompanhado do secretário de Estado de Agricultura de Goiás, Pedro Leonardo, na última semana, em Luziânia.
A comitiva indiana esteve no Distrito do Jardim do Ingá para uma visita técnica à unidade da Bunge — empresa reconhecida como líder mundial no processamento de grãos e oleaginosas — instalada na região. Logo após, os visitantes puderam conhecer as terras produtivas de outras localidades do Município goiano, os modernos sistemas de irrigação e o manejo eficiente que tem garantido altos índices de produtividade por hectare. A tecnologia aplicada no campo e o uso racional da água impressionaram a comitiva, que destacou o município como exemplo de inovação e eficiência no agronegócio.
Protagonismo
A visita reforça o protagonismo de Luziânia no setor agrícola, impulsionado pelo trabalho da Secretaria Municipal de Agricultura. O secretário Leandro Vieira tem se destacado na gestão por promover avanços importantes no campo, apoiado pela liberdade e confiança que o prefeito Diego Sorgatto oferece à sua equipe para inovar e implementar novas formas de desenvolvimento rural. “Foi uma honra trocar experiências com um país tão importante e ver Luziânia reconhecida como modelo de produtividade e inovação”, afirmou o secretário.
O anfitrião da visita, o produtor rural Renato Sorgatto, também foi elogiado pela recepção e pelas boas práticas agrícolas apresentadas durante o encontro.
A passagem das autoridades por Luziânia marca um momento importante para o município, abrindo portas para futuras parcerias internacionais e fortalecendo ainda mais o reconhecimento da cidade como referência no agronegócio brasileiro.
Novo sistema
Agricultores do Distrito do Jardim Ingá estão comemorando os avanços obtidos com a implantação do novo sistema de irrigação, que tem proporcionado mais eficiência no uso da água e aumento na produtividade agrícola local.
Com a tecnologia inovadora, sensores e dispositivos automatizados controlam o fluxo de água, permitindo uma irrigação inteligente e adaptada ao clima e ao tipo de solo. Além do ganho ambiental, os agricultores destacam também a economia com insumos e o aumento da renda no campo. “Realmente uma tecnologia interessante, que apresenta resultados importantes para a nossa produção agrícola local. A seca prolongada do Cerrado precisa desse tipo de tecnologia”, disse o estudante de Agronomia da UnB, Kaiky Luciano Vieira de Vasconcelos.
Modernidade
O projeto, desenvolvido em parceria entre a administração regional e produtores da área, foi implantado com o objetivo de modernizar as práticas agrícolas e promover o uso sustentável dos recursos naturais. Desde que entrou em funcionamento, o sistema tem se mostrado eficaz, reduzindo o desperdício de água e melhorando o rendimento das lavouras.
“A irrigação agora é feita de maneira precisa, com base na real necessidade de cada plantação. Isso não só economiza água, mas também melhora a qualidade da produção”, afirma João Batista, agricultor da região.
A administração do distrito avalia o projeto como um modelo de sucesso. “Estamos colhendo os frutos de um investimento que alia tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento rural. A experiência de Jardim Ingá pode, inclusive, ser replicada em outras regiões do município”, disse a coordenadora local de agricultura, Maria Helena Souza.
A expectativa é que, nos próximos meses, novas etapas do projeto sejam implantadas, ampliando o alcance do sistema e beneficiando ainda mais famílias produtoras da região.
Sensores
Essa solução inteligente vem transformando a maneira como a água é utilizada nas lavouras, trazendo mais eficiência, economia e sustentabilidade para a produção agrícola.
O sistema de irrigação por sensores utiliza dispositivos instalados no solo e nas plantas que monitoram, em tempo real, variáveis como umidade do solo, temperatura, luminosidade e até mesmo o nível de evapotranspiração. Com base nesses dados, o sistema decide automaticamente quando e quanto irrigar, garantindo que a planta receba a quantidade exata de água que precisa, sem excessos ou desperdícios.
Assim, ao irrigar somente quando necessário, o sistema reduz drasticamente o consumo de água e, consequentemente, de energia elétrica, tornando a operação mais sustentável e econômica; a produtividade aumenta porque plantas bem irrigadas crescem de forma mais saudável e uniforme. A irrigação precisa evita estresse hídrico e proporciona melhores condições para o desenvolvimento das culturas.
Os agricultores com os dados coletados pelos sensores tem acesso a informações precisas que auxiliam no manejo da lavoura, na previsão de irrigação e até na detecção precoce de problemas, sem falar que muitos sistemas podem ser controlados por aplicativos no celular ou computador, permitindo o monitoramento remoto e a automação completa da irrigação, com alertas e relatórios em tempo real.
Controle
O sistema de irrigação por sensores pode ser utilizado em pequenas, médias e grandes propriedades. É ideal para cultivos que exigem irrigação controlada, como hortaliças, frutas, café, cana-de-açúcar, entre outros. Além disso, pode ser adaptado a diferentes tipos de irrigação, como gotejamento, microaspersão e aspersão convencional.
Embora o custo inicial possa ser mais alto em comparação aos sistemas tradicionais, o retorno sobre o investimento acontece a curto e médio prazo, devido à economia de recursos e ao aumento da produtividade. Para muitos produtores, é uma revolução no modo de irrigar — mais inteligência, menos desperdício e muito mais resultados.