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Em um ano, Equatorial registra aumento de mais de 1.600% dos focos de incêndios próximos à rede elétrica no Entorno

Cidades com maior número de casos são Formosa, Planaltina e Novo Gama 

Fotos: Eduardo Marques/ DE

Eduardo Marques

 

Com mais de 140 dias sem chuva em grande parte de Goiás, os incêndios têm tomado conta do cenário por todo o Estado. Focos de incêndios em reservas ambientais, lavouras, próximo de rodovias e em lotes baldios são frequentes e interferem no fornecimento de energia elétrica. De janeiro a 13 de setembro deste ano, a Equatorial registrou 52 centros de queimadas na Região do Entorno do Distrito Federal que interferiram na rede, enquanto no mesmo período de 2023 foram contabilizados três, um aumento de cerca de 1.633%. As cidades com o maior número de casos neste ano são Formosa (22), Planaltina (14) e Novo Gama (8).

 

Segundo a Equatorial, em Goiás, houve 742 ocorrências de incêndios próximos da rede elétrica em 2024, um aumento de 300% em relação ao mesmo período de 2023. Sendo que 614 casos foram apenas durante os últimos dois meses. “O aumento significativo nas queimadas, muitas vezes criminosas, causa impactos direto e indireto no fornecimento”, contou nesta quarta  (18) de manhã Roberto Vieira, superintendente técnico da empresa de distribuição de energia em Goiás, durante um evento promovido pela concessionária para jornalistas de várias regiões do Estado, no qual o Diário do Entorno participou.

 

Mapeamento da companhia mostra casos de queimadas em 100 municípios goianos. Foram 614 casos somente nos últimos dois meses, enquanto que neste período, em 2023, foram 137 casos. As cidades com os maiores registros são: Aparecida de Goiânia, Anápolis e Cachoeira Alta.

 

O superintendente técnico pontua que as queimadas e o calor extremo têm sido um grande desafio para a Equatorial em Goiás. Vieira exemplifica que cabos, cruzetas e isoladores podem ficar sujos com a fuligem e entrar em curto-circuito. Os equipamentos também podem ser danificados pelas chamas de uma queimada abaixo de uma rede elétrica. Ele ressalta que o calor natural pode até reduzir o tempo de vida útil dos aparelhos porque eleva a temperatura de funcionamento.

Balanço foi apresentado durante evento promovido pela companhia para jornalistas de várias regiões do Estado

“A fumaça produzida pelos incêndios carrega impurezas, fuligem e outros materiais que prejudicam os cabos e isoladores instalados nos postes e são fundamentais para o adequado funcionamento do sistema elétrico”, destaca Vieira.

 

O superintendente reforçou ainda a necessidade de investigações detalhadas com base em laudos técnicos, para comprovar a origem do fogo e punir os responsáveis pelos atos criminosos. “É importante lembrar que provocar queimadas, tanto em área rural quanto urbana, é crime com pena de 1 a 4 anos de reclusão, além de gerar multa para quem realizar esse tipo de prática”, salienta Vieira.

 

Concessionária trabalha em um plano operacional para o enfrentamento aos vendavais e tempestades 

 

Com a previsão de chuva para as próximas semanas, a Equatorial Goiás já trabalha em um plano operacional para o enfrentamento aos vendavais e tempestades. Através de uma central de monitoramento do clima, dentro da companhia, técnicos recebem alertas em tempo real de meteorologistas. Os avisos ajudam a definir as estratégias para minimizar os impactos das adversidades do clima na rede de distribuição.

 

Para este ano, durante o período de chuva, quase 1.500 equipes estarão de prontidão no Estado atuando no atendimento das ocorrências, o número representa um incremento de 103% no efetivo em comparação com períodos considerados normais. Com isso, a distribuidora reforça seu compromisso no atendimento de qualidade nos casos em que podem haver interrupções no fornecimento de energia elétrica.

 

A intensidade dos ventos é um dos motivos de alerta para a companhia, já que provoca graves danos ao sistema. Durante um vendaval, árvores e galhos são arremessados contra a rede de energia.Em todo ano passado, quase 4.500 postes foram derrubados em função de ventos fortes. “Quando um poste cai, ele não apenas interrompe a eletricidade, ele pode também danificar cabos, transformadores e outros componentes essenciais da rede. A reconstrução é um processo complexo, pois exige a substituição completa dos postes e a reinstalação dos equipamentos danificados”, explica o gerente do Centro de Operações Integradas (COI), Vinicyus Lima.

 

 

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