O ano eleitoral chegou e muitas promessas da campanha de 2020 ainda não saíram do papel, mesmo tendo passado três anos desta gestão. Além disso, a atual administração municipal, de acordo com relatos da comunidade de áreas rurais do município têm reclamado do sofrimento com a falta de infraestrutura e descaso com os diversos Setores.
Um exemplo é como o Vale das Andorinhas foi preparado para receber as chuvas. Durante o último ano, pouco foi feito pelo poder público nas ruas e estradas do bairro, que são de terra batida. E, agora, com a chegada das chuvas, muitos moradores estão ilhados em suas casas por não ter estrada segura para trafegarem com seus veículos próprios ou com o transporte coletivo de passageiros, que não consegue circular na área rural.
A Prefeitura ao ser questionada sobre o problema emitiu uma nota por meio da assessoria de comunicação dizendo que “Todos os setores sempre recebem manutenção, mas por se tratar de área rural, no período chuvoso, sempre é mais complicado. E não só o Vale das Andorinhas, mas todos os setores sempre recebem manutenção. Até o dia 31 de dezembro a equipe estava lá no Vale das Andorinhas. Com as fortes chuvas, os problemas aumentam e a prefeitura está sempre realizando manutenções”, diz a nota.
Adriana Rodrigues, moradora do Vale das Andorinhas há seis anos e seu esposo há 10 anos, afirma que é mentira essa afirmação de que os funcionários da Prefeitura estavam trabalhando nas estradas da comunidade até o dia 31 de dezembro. “Os servidores estavam de recesso. Só voltaram a trabalhar no dia 03 de janeiro e nem vieram por essas bandas”, contestou. A moradora ainda informou que entrou em contato com o prefeito Carlinhos do Mangão por meio do WhatsApp e ficou inconformada com a resposta do representante do povo. “Mandei os vídeos de como está o nosso bairro para o prefeito e ele me respondeu que as chuvas estão acontecendo em todas as regiões e que a culpa é da natureza”, disse Adriana e completa: “O município, segundo o prefeito Carlinhos do Mangão está há mais de 30 anos sem governante. Mas se ele está no quarto ano de mandato, eu me pergunto o que ele fez até agora pela a comunidade?”, finaliza, indignada, a moradora Adriana.
Outra moradora do Setor há mais de 10 anos, Luciana Pereira da Silva Vieira disse que o local está em estado de emergência e que todo ano é o mesmo sofrimento. “Precisamos de ajuda porque sofremos todos os anos. Isso não pode continuar”, enfatizou Vieira.
Já o morador e comerciante Alexandre Devai, que precisa sair no período noturno para trabalhar, também enfrenta ainda mais dificuldades no percurso nas ruas do Vale das Andorinhas. “Estou desde o começo do mandato pedindo reparos, mas o prefeito ficou com raivinha que eu cobrei. Se a gente reclama sofremos retaliação e o que o gestor público fala são só falácias. Estamos abandonados. Para andar aqui no Vale, a gente precisa fazer malabarismo de volante e quando a gente sai para trabalhar, não sabemos se vamos conseguir voltar com segurança para as nossas casas. Sem falar que aqui pagamos impostos caros e não temos nenhum tipo de infraestrutura como limpeza urbana, água e esgoto. A energia é ruim, mas essa já vem somada a nossa conta. Quero enfatizar também que quando a gente paga e não temos retorno com o básico estamos sendo literalmente roubados”, esbravejou Devai.
Pavimentação
Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Novo Gama, está empenhado na Caixa Econômica R$ 10 milhões de reais pra obras de pavimentação asfáltica nas estradas vicinais. “Estamos aguardando para assinar o contrato”, diz o texto.
Na resposta emitida pelo órgão oficial há divergência quando se fala em investimentos, uma vez que na retrospectiva publicada pela Prefeitura, o montante a ser investido neste ano é de aproximadamente R$ 7 milhões e o Vale das Andorinhas não está listado para ser contemplado com os trabalhos de pavimentação asfáltica, em 2024. Segundo a retrospectiva publicada em redes sociais da Prefeitura, “terá investimento de R$ 7 milhões que contemplará os bairros do Lago Azul, Boa Vista I e II, Mont Serrat, Pedregal e Setor de Chácaras Minas Gerais”.
Karina Bueno
