Coluna Diálogos sobre Educação

Cultura de Paz

Coluna Diálogos sobre Educação com Adriana Frony

Em todo o mundo, desde o início do século XX, muitas iniciativas foram tomadas para promover a paz mundial entre as nações. A criação da UNESCO, em 1945, marcou um passo importante nesse sentido, já que, no seu segundo ano de existência, contava com 37 países associados. Hoje, a UNESCO tem 191 Estados-membros e seis membros associados. Em 1992, foi elaborado um documento intitulado “Uma Agenda Para a Paz”, que se mostrou muito relevante no contexto do fim da Guerra Fria. Em seguida, foi publicado outro documento sob o mesmo tema, chamado “Cultura da Paz”, que levou à proclamação da década de 2001-2010 como a “Década da Cultura da Paz”. Desde então, diversos movimentos em prol da paz mundial têm ocorrido ao redor do globo.

Recentemente, em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados pelos países-membros das Nações Unidas como um apelo universal à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que, até 2030, todas as pessoas possam viver em paz e prosperidade. O ODS 16 tem como objetivo promover sociedades pacíficas e inclusivas, proporcionar acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

A Cultura de Paz nas escolas é um caminho para a harmonia e o desenvolvimento da boa convivência entre todos. Conceituar a cultura de paz como um conjunto de valores, crenças e práticas que promovem a harmonia, o respeito e a colaboração entre os estudantes e todos os demais membros da comunidade escolar é fundamental.

A cultura de paz nas escolas é de suma importância por várias razões. Primeiramente, ajuda na prevenção da violência e do bullying, problemas graves que afetam muitas escolas ao redor do mundo. Além disso, a cultura de paz promove a tolerância, o respeito e a empatia entre os estudantes, o que é essencial para criar um ambiente de aprendizagem respeitoso para todos os envolvidos no ambiente escolar.

O Projeto Cultura de Paz na rede pública do Distrito Federal teve seu primeiro caderno de boa convivência escolar publicado e disponibilizado em 2020, com maior ênfase em 2021. A cultura de paz foi fundamental para criar um ambiente seguro e acolhedor, onde os estudantes pudessem se manifestar de forma saudável. Atualmente, já em 2025, foi lançada uma atualização com práticas exitosas oriundas das unidades de ensino.

As escolas têm promovido diversas práticas pedagógicas para incentivar a cultura de paz em seus pequenos universos. Podemos citar alguns exemplos, como a Educação para Valores, onde princípios como respeito, empatia e tolerância, além da escuta ativa e respeitosa, são trabalhados em debates abertos, tanto em grandes quanto em pequenos grupos, nos anos finais. Para os estudantes dos anos iniciais, tem sido possível abordar os mesmos temas por meio de histórias, desenhos relacionados ao tema, dobraduras e a elaboração de murais colaborativos, como foi feito na Escola Classe 314 Sul em 2022. As crianças do 1º ao 5º ano dessa escola participaram de rodas de conversa, debateram assuntos pertinentes ao tema da cultura de paz e, juntas, criaram um grande mural colaborativo. Nele, todos os agentes da educação — professores, coordenadores, direção, pais e estudantes, além das equipes de apoio e conservação — puderam contribuir e mostrar que é possível viver em harmonia na escola, dentro de uma cultura de paz.
Adriana Frony, professora, administradora, especialista em gestão escolar, mídias sociais, mestranda em ciências da educação, escoteira, palestrante e mentora com mais de 30 anos de experiência na educação, dedicou-se a transformar a aprendizagem em uma experiência alegre e significativa para seus alunos. Acredita que educar é um ato de coragem e amor, que deve ser vivido com liberdade e criatividade. Contato: espacodeaprendizagemintegrada@gmail.com

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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