Coluna Diálogos sobre Educação

Criança Não Namora

Coluna Diálogos sobre Educação com Adriana Frony

_ Mamãe, o Joãozinho quer namorar comigo? _Que história é essa? _Meu Deus, vou contar pro seu pai.
_ Papai, a Mariazinha é minha namorada. _Parabéns, filhão! _ Esse é o meu garoto! Puxou o pai!
Frases como estas já foram ouvidas por muitos de nós. Contudo, o fato é, criança não namora. Não é bonitinho o Joãozinho namorar com a Maria, ou o Enzo ter beijado a Valentina. A infância é curta e precisa ser vivenciada com as ações pertinentes ao desenvolvimento dessa faixa etária. É preciso aprender diversos aspectos da vida cotidiana para o seu crescimento saudável e feliz.
Criança não namora!
Entretanto, historicamente temos os casamentos infantis até os dias de hoje praticados na Índia. Quase metade das meninas se casam antes de completar 18 anos de idade. O que reduz a sua escolarização devido às responsabilidades adquiridas com o casamento precocemente.
É muito importante proteger os direitos das crianças e adolescentes. O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – descreve e ampara a criança e o adolescente sobre o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição.
A Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi criada em 13 de julho de 1990 e desde muito antes até os dias atuais estamos juntos pelo cumprimento dele.
No artigo 53 do ECA afirma que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
No Brasil além do Eca, temos a Lei nº 11.106/2005, que revogou dispositivos do Código Civil que permitiam o casamento de menores de 16 anos. É mais que necessário oferecermos proteção às nossas crianças e adolescentes, bem como saúde, educação, lazer, e uma casa onde se sinta protegida, amada e feliz.
Certa vez participei de uma roda de conversa sobre o namoro na infância. A criança não namora, no entanto, alguns programas de tv, assim como músicas e a forma de dançar muitas vezes são inapropriadas causando desconforto sobre a questão apresentada. Há uma erotização prematura para a redução da infância das nossas crianças.
Na ocasião muito de discutiu sobre os abusos que as nossas crianças estão expostas diariamente dentro das próprias casas diante de familiares e amigos próximos. Cabe aos pais um acompanhamento ostensivo sobre quem está cuidando da criança para que nenhum mal seja cometido contra ela.

As escolas de modo geral por meio da literatura podem iniciar a discussão sobre assuntos quanto ao respeito ao corpo, o toque e o que pode e o que não pode. Todavia às famílias tem a maior parte de tempo diário para coibir qualquer tipo de abuso contra a idoneidade física das mesmas.
A educação, somente ela, poderá ajudar as nossas crianças e adolescentes a se protegerem dos perigos do cerceamento à infância e de como os relacionamentos familiares podem e devem ser saudáveis.
A amizade entre as crianças precisa ser cultivada assim como os vínculos familiares precisam ser erguidos sob bases sólidas de respeito e devem ser protegidos pela família e pelo estado.
E vale dizer mais uma vez e sempre: criança não namora.

Adriana Frony, professora, administradora, especialista em gestão escolar, mídias sociais, mestranda em ciências da educação, escoteira, palestrante e mentora com mais de 30 anos de experiência na educação, dedicou-se a transformar a aprendizagem em uma experiência alegre e significativa para seus alunos. Acredita que educar é um ato de coragem e amor, que deve ser vivido com liberdade e criatividade. Contato: espacodeaprendizagemintegrada@gmail.com

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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