Entorno

Conheça o escritor Thiago Maroca e sua mais recente obra “Passageiros”

Na última sexta-feira, dia 13 de outubro, foi comemorado o dia Mundial do Escritor, uma data que reverencia a arte de escrever e a capacidade de transportar leitores a mundos desconhecidos. Nessa esfera literária, o escritor e professor Thiago Maroca compartilhou, em uma entrevista exclusiva, sua jornada como escritor e os bastidores de sua mais recente obra, o livro “Passageiros”, morador de Valparaíso, cidade no entorno de Goiás há 25 anos, Thiago, que é conhecido como “Maroca”, revela que sua crônica conta histórias de amor, humor e superação que frequentemente passam despercebidas durante as idas e vindas nos pontos de ônibus. De acordo com a crônica, “Passageiros” não se resume apenas a indivíduos em trânsito; eles representam também o tempo e a própria jornada enquanto viajam nos veículos que percorrem as ruas.

Acompanhe a seguir, nessa entrevista franca, as vivências, processos criativos e a paixão de Thiago Maroca pela escrita e pela vida.

1- Fale sobre você: quem é o escritor, pai, marido, professor e escoteiro, Thiago Maroca? O “Maroca”,não é seu nome de batismo, em que momento resolveu adotá-lo como sobrenome? 

Eu sempre fui uma criança aventureira, curiosa e criativa, na minha infância eu fazia um programa no som de casa com um microfone, fazia entrevistas, tocava as mais pedidas baseadas na fitas k7 que tínhamos, depois comecei a escrever letras de música que ficavam na minha cabeça. Na minha juventude eu formei uma banda de rock com uns amigos para musicalizar as letras que eu escrevia, eu já era o Thiago, o Maroca, apelido que ganhei no movimento escoteiro, essas duas coisas foram muito importantes na minha vida e ajudou a me tornar parte do adulto que sou. Meu primeiro emprego foi para trabalhar em uma tv, assistente técnico, ali aprendi de tudo um pouco mas me apaixonei por fazer vídeo. 

2- Qual foi o seu primeiro livro publicado? Me conte sobre ele.

A minha primeira publicação foi um livreto com crônicas sobre o meu colega de trabalho, o Rafael, seu apelido era Pavaroti, o livreto se chamava “As pérolas do Pava”.

Minha segunda publicação foi o “Palavras Reunidas” onde juntei todas as letras de música e demais textos. O gosto pelo estudo foi me levando para outras produções no audiovisual, no jornalismo, na publicidade, na fotografia e na literatura. Eu sempre estou em movimento.

3- Fale mais sobre o seu processos criativos em suas crônicas.

A crônica é uma história curta, fácil e rápida de ler, geralmente bem humorada, contando um recorte do dia. Quando descobri o que era crônica, me apaixonei, estou sempre observando a vida acontecer e minha volta, as histórias pulam nos meus olhos. Se esforçando, todo mundo enxerga.

4- Como foi a inspiração para escrever o livro “passageiros”, em que momento percebeu que a rotina de pegar ônibus, que para muitos é sinônimo de exaustão, poderia ser o palco para as suas crônicas?

A criação do livro Passageiros se deu durante a pandemia, tive que retornar ao trabalho, estava sem carro. Pegando transporte todos os dias, comecei a notar os pequenos detalhes das pessoas ao longo da viagem. Todos estavam inertes nos celulares e eu comecei a “pescar” algumas conversas (morrendo de rir e de medo quem vai ler isso). Ao longo de dois anos, fui coletando as histórias, adaptando e enriquecendo, claro.

5- Qual foi o processo de pesquisa e observação que você utilizou para capturar essas histórias que muitas vezes passam despercebidas no cotidiano?

Cada dia eu escolhia alguém para observar, às vezes eu trocava o horário para conhecer novos personagens. Eu penso que todo mundo tem uma história e uma certa singularidade sobre a vida.

6- Os personagens do livro refletem experiências reais que você encontrou ou são fruto da sua imaginação? Existe algum personagem em particular que você se identifica mais?

Todos são baseados em pessoas e acontecimentos reais, se tem alguém que me identifico é a crônica “O último Passageiro”, fala sobre um senhor que está há mais de 30 anos pegando o mesmo ônibus a caminho do trabalho, sempre cumprimentando todo mundo e conversando sobre suas vidas.

7- Como o contexto das viagens de ônibus influenciou a maneira como você estruturou as histórias? 

No começo, eu dividi o livro entre janela e corredor, com histórias e reflexões também, durante a pandemia eu tive muitos momentos sobre o que estava acontecendo no brasil, algumas vezes eu me comovia ouvindo as histórias que as pessoas contavam sem nenhuma vergonha.

8- Quais são os principais temas ou mensagens que você transmite aos leitores através das histórias compartilhadas?

O foco do meu livro é mostrar o dia a dia de muitos trabalhadores, mas leve, divertido e com significado. Todo mundo tem histórias de busão, a ideia é aproveitar a viagem na leitura e no coletivo.

9-Poderia compartilhar um pouco sobre a diversidade temática e o estilo literário presentes em suas obras anteriores, além de mencionar algumas das obras que considera mais significativas em sua trajetória como escritor?

Eu aprendi a gostar de ler, leio de tudo mas dou prioridade a autores nacionais, amo Luis Fernando Veríssimo, Nelson Rodrigues, Fernando Sabino, Carla Madeira e muitos outros. Me inspiro mais no formato que vou contar a história, meu intuito é tentar tornar interessante até o final. Atualmente estou escrevendo um romance, espero em breve começar o processo de divulgação e tentar uma publicação.

 

 

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