Cidades do Entorno devem ficar atentas ainda no combate à dengue

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o estado registrou 100 mortes suspeitas e está investigando 141 óbitos, dos quais 36% são do sorotipo 1, 64% do sorotipo 2 e 0,1% do sorotipo 4 da dengue. Atualmente, 131 municípios estão em situação de emergência devido às arboviroses.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destaca que o aumento significativo de casos do sorotipo 2 pode estar associado às muitas mortes. Segundo ela, o sorotipo 2 tende a agravar a doença, sendo responsável por cerca de 80% dos óbitos confirmados.

As condições climáticas favoráveis, como chuvas persistentes e altas temperaturas, contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. Flúvia ressalta a importância de permanecer vigilante diante do número crescente de casos, incentivando medidas simples como manter o ambiente limpo e verificar regularmente possíveis criadouros do mosquito para evitar sua proliferação e, consequentemente, reduzir os casos e óbitos relacionados à doença.

Combate a dengue em Águas Lindas de Goiás

Este mês de abril, a prefeitura municipal realizou a operação fumacê no município durante 15 dias. Uma medida adicional no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Consiste na aplicação de um inseticida por meio de um veículo chamado de “carro do fumacê”.

Ele funciona como um inseticida aplicado em ultra baixo volume (UBV), contendo uma combinação de duas moléculas: Praletrina + Imidacloprida e solventes. A aplicação é feita a frio, sem formação de nuvem de fumaça.

O inseticida causa excitação no sistema nervoso dos mosquitos após o contato, levando à morte posterior dos mesmos. Essa técnica é uma medida emergencial para combater surtos e epidemias.

O secretário Municipal de Saúde, Evandro Silva destacou algumas ações realizadas nos últimos meses na cidade, como mutirões, o Dia D e a visita a milhares de casas. “Toda a saúde, de maneira geral, está envolvida e trabalhando forte no combate à dengue. Agora, com essa operação, cada quilômetro da nossa cidade será contemplado. A doença já foi controlada, mas ainda temos uma incidência alta. A intenção é que, com essa campanha, a gente consiga reduzir e eliminar o mosquito”. Evandro ainda fez um apelo para que os moradores continuem vigiando suas casas e evitando focos da doença.

Endemia

A Coordenação de Endemias em Águas Lindas de Goiás realizou um levantamento em fevereiro sobre a presença do mosquito Aedes aegypti na cidade. Os resultados revelaram que 12% das residências apresentavam focos do mosquito, sendo os principais criadouros encontrados em diferentes tipos de recipientes.

Os reservatórios, caixas d’água, tambores e baldes grandes destacaram-se como os locais mais propensos, somando 30% dos focos identificados. Além disso, o descuido em quintais sujos, com acúmulo de lixo, foi responsável por 27% dos casos, enquanto objetos de borracha, como pneus, contribuíram com mais 27% dos focos.

Os bairros mais afetados pela infestação foram Guaíra, Solar da Barragem, Jardim das Oliveiras, entre outros. O Secretário Municipal de Saúde, Evandro do Santos, emitiu um alerta, destacando a importância de manter a vigilância, mesmo com os esforços para controlar a doença.

Baixa adesão à vacina nos municípios

Apesar dos altos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti em Valparaíso de Goiás, a adesão à vacina contra a dengue ainda é baixa. A cidade recebeu 2.668 doses para imunizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, mas até abril, apenas 2.040 foram vacinadas. A meta da Secretaria de Saúde é atingir 90% dessa faixa etária, o que expõe a necessidade crítica de aumentar a conscientização da população.

Em Luziânia, a adesão à vacina contra a dengue para crianças de 10 a 14 anos também se encontra abaixo do ideal. Diante deste cenário, a Secretaria Municipal de Saúde intensifica esforços para aumentar a cobertura vacinal.

No município de Águas Lindas, o governo municipal também realiza campanhas para que os grupos de 10 a 24 anos procurem uma unidade de saúde para se vacinarem, visto que ainda há muitas vacinas disponíveis.