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Brasília celebra 65 anos: símbolo nacional desde a sua inauguração por JK em 1960

Em clima de esperança e progresso, a capital foi construída em tempo recorde para promover integração e desenvolvimento do interior brasileiro

Há 65 anos, em 21 de abril de 1960, Brasília foi oficialmente inaugurada pelo então presidente Juscelino Kubitschek, marcando uma transformação profunda no mapa político e social do Brasil. A cidade, concebida com o objetivo de promover a integração nacional, impulsionar o desenvolvimento do interior e afastar o centro de tensões políticas do Rio de Janeiro, nasceu em um período de grande esperança e otimismo.

Cerimônia histórica e símbolo de modernidade

A cerimônia de inauguração, que começou às 8h da manhã no recém-construído Congresso Nacional, foi um marco nacional. Ao som do Hino Nacional, JK ergueu a bandeira do Brasil na Praça dos Três Poderes, simbolizando o início de uma nova era. Em seu discurso, declarou: “Declaro, sob a proteção de Deus, inaugurada a cidade de Brasília, capital dos Estados Unidos do Brasil”.

Na ocasião, o presidente assinou seu primeiro ato oficial em solo brasiliense: um projeto de lei para a criação da Universidade de Brasília (UnB), reforçando o compromisso com a educação e o progresso. Participaram da cerimônia representantes estrangeiros, ministros e líderes religiosos, além de autoridades civis e militares, que foram os primeiros convidados oficialmente recebidos no Palácio do Planalto.

A instalação dos Poderes e o sonho coletivo

Na mesma manhã, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal realizaram suas primeiras sessões na nova capital, consolidando a transferência do poder político para o interior do país. O vice-presidente João Goulart, na época, destacou o esforço coletivo e o significado da realização: “Uma obra monumental que reflete a esperança de um Brasil mais unido e desenvolvido”.

A ideia de levar a capital para o interior do Brasil já era antiga, mas foi com Kubitschek que ela saiu do papel, como parte do ambicioso Plano de Metas, que prometia “cinquenta anos em cinco”. Brasília foi pensada para ser uma cidade moderna, funcional e simbólica, com o projeto urbanístico de Lúcio Costa e a arquitetura de Oscar Niemeyer, que criaram uma cidade de formas ousadas e traços futuristas.

Um ícone do modernismo e da arquitetura brasileira

Brasília se tornou um ícone do modernismo, com suas formas arquitetônicas inovadoras e seu traçado em forma de avião, resultado de um concurso público vencido por Lúcio Costa. Os edifícios monumentais de Niemeyer, feitos de concreto, curvas e grandes vãos livres, refletiram a visão de um país voltado para o futuro. Destacam-se a Praça dos Três Poderes, que une Legislativo, Judiciário e Executivo, e o Congresso Nacional, com suas cúpulas icônicas que representam a união dos poderes.

Para Niemeyer, a arquitetura de Brasília era uma expressão do espírito, da imaginação e da poesia, buscando transmitir a grandiosidade e a esperança do Brasil. O projeto não apenas buscava funcionalidade, mas também simbolizava a harmonia entre os Poderes e o compromisso com uma nova identidade nacional.

Legado e símbolo de esperança

A construção de Brasília foi uma decisão política do governo de JK, mas contou com o esforço de cerca de 60 mil trabalhadores, principalmente do Nordeste, conhecidos como os “candangos”. A cidade, desde sua origem, representa a busca por um Brasil mais integrado, moderno e com futuro promissor.

Hoje, 65 anos após sua inauguração, Brasília permanece como um símbolo nacional de esperança, progresso e realização coletiva. Sua história é marcada por sonhos, desafios e conquistas, consolidando-se como um marco na identidade do Brasil.

*Com informações da Reuters

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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