Coluna Diálogos sobre Educação

Acolhimento e Inclusão Social

Coluna Diálogo sobre Educação com Adriana Frony

Um cromossomo. No dia 21 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma data que nos convida a refletir sobre o respeito e o acolhimento às pessoas com uma alteração genética no cromossomo 21.

Durante muito tempo, termos pejorativos foram usados para se referir às pessoas com síndrome de Down. Devido a certos traços típicos, como cabelo liso e fino, olhos com linha ascendente, nariz pequeno e rosto redondo, era comum referir-se a essas pessoas como “mongóis”, refletindo um preconceito racial datado do século XIX. Hoje, essa referência errônea e inadequada não é mais aceita.

No início da minha carreira, no final do século passado, tive a oportunidade de lecionar para um estudante cuja irmã tinha síndrome de Down. Era uma alegria quando ela chegava para buscar o “Rafael”. “Mariana” era super simpática com todos. Naquele ano, ela enfrentou um problema cardíaco severo e estava se recuperando de uma traqueostomia, mas isso não a intimidava. Ela se comunicava com as outras crianças e buscava seu irmãozinho mais novo com uma felicidade contagiante.

A síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo 21 que pode causar uma série de problemas de saúde. No passado, a principal causa de morte prematura entre as pessoas com síndrome de Down era a cardiopatia congênita.

A expectativa de vida dessas pessoas era de menos de 25 anos. Contudo, desde os anos 2020, esse cenário mudou bastante, e a expectativa de vida subiu para 60 anos. A síndrome de Down nunca foi um impedimento para que uma criança estudasse, brincasse, trabalhasse ou desempenhasse qualquer atividade em sua comunidade e na sociedade em que vive.

Incluir a criança no processo de ensino-aprendizagem e garantir sua permanência na escola é dever do estado e responsabilidade de todos os envolvidos no âmbito educacional. É fundamental oferecer atividades que desenvolvam tanto os aspectos cognitivos quanto físicos e sociais. Praticar esportes em grupo e participar de atividades que promovam a interação são muito eficazes. Permitir que a criança viva o mais normalmente possível ajudará no desenvolvimento de suas habilidades e na exploração de seu potencial cognitivo. Apesar dos receios e cuidados extras das famílias, é essencial que a criança estude e participe das atividades escolares, assim como qualquer outro estudante.

Em 2012, a ONU promoveu uma ação divertida para incentivar o diálogo sobre a inclusão da pessoa com síndrome de Down. A campanha “Lots of Socks” (Muitas Meias) foi um sucesso. Ela encorajava as pessoas a usarem meias coloridas e trocadas para aumentar a conscientização sobre a síndrome de Down. O uso de meias trocadas simboliza a diversidade, já que lembram o formato de cromossomos.

Que tal, no dia 21 de março, você também aderir ao uso de pares de meias trocadas, mostrando seu apoio à causa? Eu já separei as minhas. Vamos encher nossas redes sociais com fotos das nossas meias, demonstrando que acolhemos e incluímos as pessoas com síndrome de Down na sociedade.

Adriana Frony, professora, administradora, especialista em gestão escolar, mídias sociais, mestranda em ciências da educação, escoteira, palestrante e mentora com mais de 30 anos de experiência na educação, dedicou-se a transformar a aprendizagem em uma experiência alegre e significativa para seus alunos. Acredita que educar é um ato de coragem e amor, que deve ser vivido com liberdade e criatividade. Contato: espacodeaprendizagemintegrada@gmail.com

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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