Coluna Diálogos sobre Educação

Diversão e Arte

Coluna Diálogos Sobre Educação com Adriana Frony

Diversão e Arte

Cantarolando a música dos Titãs: Diversão e arte, para qualquer parte. Diversão, balé como a vida quer! É isso: o mundo, as escolas, as famílias, todos nós precisamos da arte para nos manter vivos.

A arte na educação, como conteúdo a ser estudado por crianças, jovens e adultos, é por si só fundamental para a aquisição da cultura e para o nosso entendimento do belo e do possível, através da apreciação de diversas formas de expressão cultural. Exemplos de manifestações artísticas são inúmeros: o desenho infantil, a pintura barroca, as esculturas do Aleijadinho, os bonequinhos de massinha, os animes japoneses, as telas renascentistas, as ikebanas, a música… Não faltam exemplos: grafite nas ruas, rap, break dos anos 80, além do trap, música eletrônica, trance, bolero, axé, maxixe e maculelê. Também estão presentes o frevo, os vitrais, os bonecos de Olinda, as máscaras de Veneza, e tantas outras expressões artísticas ao redor do mundo.

Nas escolas públicas do Distrito Federal, há um momento semanal dedicado à coordenação coletiva. Os professores se reúnem para planejar atividades, organizar conteúdos, avaliações e ações especiais. Geralmente, permanecem na escola por cerca de três horas para desenvolver o planejamento individual ou em grupo. Em situações extraordinárias, é possível sair da sala dos professores e buscar novos ambientes. No início da minha carreira, tive a oportunidade de realizar esse tipo de atividade externa em três ocasiões diferentes: coordenar professores fora dos muros da escola. Participei de exposições do Pierre Verger e Sebastião Salgado no Espaço Cultural da Caixa Econômica, além de promover uma oficina de pintura em decoupage em um estúdio de artes. Também frequentei livrarias na capital para debates e cafés. Sempre achei que coordenar professores em espaços fora da escola é uma experiência enriquecedora.

Os professores também se beneficiam de meia entrada em eventos culturais e artísticos, como cinema, teatro e shows, o que reduz custos e reforça a importância de estar bem informado sobre as manifestações artísticas. Em nossa capital, há apresentações gratuitas, como as da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e os eventos do Cine Brasília, que oferecem exposições de artes visuais, lançamentos de livros e feiras de artesanato, promovendo o acesso à cultura para toda a população.

O percurso artístico do apreciador de arte é muitas vezes solitário. O que é arte para uma pessoa pode não ser para outra, e essa diversidade é uma das maiores belezas. A fotografia, por exemplo, captura um momento que o fotógrafo julga digno de ser eternizado em uma imagem congelada no tempo. Uma vez, recebi uma foto de um campo de tulipas: brancas, com uma única tulipa vermelha entre milhares. Essa imagem ficou marcada como um símbolo de importância. Para o Pequeno Príncipe, a rosa vermelha era a única do mundo; para mim, aquela tulipa vermelha parecia um presente especial. La Fontaine tinha razão ao retratar com maestria a função social da arte na fábula de A cigarra e a formiga. Mas deixaremos essa história para outra ocasião.

Paula Rocha

Editora chefe do Jornal Diário do Entorno

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